quarta-feira, 16 de abril de 2014

Vaidades

Gosto quando falam das minhas covinhas. Gosto quando falam da minha pele ou do meu cabelo. Claro que gosto quanp me acham engraçada, articulada, forte, leal. Mas o maior elogio que podem me fazer é quando falam da minha energia - claro que como com tudo o mais ao meu redor, eu gosto de tentar controlar a qualidade e a quantidade de energia que eu deixo fluir de mim para os outros - não sei cono é para vocês mas eu tenho pavor de ser a pessoa que pesa o clima - e fico realmente muito feliz quando alguém me diz que simplesmente sente algo bom estando ao meu lado, que dá vontade de ficar sempre perto de mim. Modestamente, meu elogio preferido refere-se a minha "característica" menos controlável.
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Quanto aos defeitos, eu detesto ter defeitos, por nada mais nada menos do que um ego mimado que não gosta de ser chamado atenção e de ser submetido a um superego ditador que tenta colocá-lo no eixo a qualquer custo.
Acho engraçado ser desastrada, acho tolerável ser distraída, acho um saco ter tanta dificuldade em dizer não, detesto ser tão cabeça-dura a ponto de ser dona da verdade as vezes (e eu detesto donos da verdade, que acabam não sendo donos de ninguém, a não ser da própria solidão). Nem sempre é facil admitir e administrar defeitos mas pelo menos há uma identificação de que os possuímos.
O mais irônico é que a melhor qualidade que podem nos atribuir é a que não podemos controlar e dentre os piores defeitos o pior de ser acusado vai ser sempre o que for feito de maneira injusta - o pior defeito é o que não possuímos.

2 comentários:

  1. Defeitos... oh danadinhos. Também sou deveras mimada, mas jamais uma crítica passa batida. Penso e repenso e penso mais uma vez: se decido por dar razão ao criticante, aquilo ali jamais vai me sair do pensamento e vou passar o resto da vida tentando "me melhorar". Afinal, de que adianta termos os melhor conceito de nós mesmos se o convívio com os outros ainda é difícil? Sinal de que as coisas não podem estar tão certas como pensamos. No mais, também tem aqueles que falam por falar: não creio que todos os defeitos sejam condenáveis. Aliás, nem válido seria chamá-los de defeitos - seriam meras diferenças entre as pessoas, mas nada que venha a causar dano a alguém. O negocio é que somos teimosos, queremos as coisas, as pessoas e o mundo agindo conforme aquilo que achamos mais certo e mais bonito... nos esquecemos que todas as verdades são relativas.

    Também adoro receber elogios desse tipo. Adoro quando descobrem em mim qualidades sobre as quais eu nem havia pensado... me fazem ver o quanto posso ser parcial e injusta comigo mesma de vez em quando. Outro dia rolou o seguinte diágo com um professor querido:

    -Menina você é assim mesmo? Com esse olhar?
    -Como assim, professor? *confusa*
    -Nunca vi mulher assim, que SÓ fala olhando bem nos olhos da pessoa. Normalmente as mulheres olham meio assim, de lado, ou alteranam, desviando o olhar um pouquinho... você, não, quando fala você encara mesmo. Adorei!

    Saí pensando e rindo comigo mesma "Poxa vida, senti que foi um elogio. Acho que ele meio que quis dizer que sou uma mulher de atitude". Engraçado, né? :)

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  2. Me identifiquei bastante em relação aos defeitos, acho que temos defeitos parecidos. haha. Derrubo tudo, tenho uma enorme dificuldade em dizer não e uma enorme dificuldade em dizer não. Além de um superego ditador que aumenta exponencialmente de tamanho numa cidade que o incita, como São Paulo. Mas, vamos vivendo né? Não somos perfeitos, ninguém é, ainda que existam aqueles que pretendam ser...

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